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As meninas vão ao ginecologista. Mas e os meninos?

18 de Setembro de 2018

Sociedade Brasileira de Urologia lança campanha de orientação de saúde para jovem do sexo masculino

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De acordo com a estimativa populacional do IBGE para 2018, o Brasil tem 8,4 milhões* de adolescentes entre 15 e 19 anos. Quantos deles vão ao médico avaliar sua saúde como as meninas da mesma idade que já procuram o ginecologista? Para orientar essa parcela da população, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza em setembro – mês em que se celebra o Dia Nacional do Adolescente, no dia 21 – a Campanha #VemProUro, de Orientação em Saúde do Adolescente Masculino.

“Precisamos orientar os pais que, assim como as meninas vão ao ginecologista no início da puberdade, é preciso também levar o menino ao urologista. O adolescente do sexo masculino no Brasil encontra-se desamparado na sua avaliação médica, sem ações preventivas de doenças e sem orientação especializada quanto à promoção de saúde. Sua ida ao médico ocorre na vigência de doenças e muitas vezes apenas ao serviço de pronto socorro”, afirma o urologista e coordenador da campanha, Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn, membro do Departamento de Sexualidade e Reprodução da SBU. O médico afirma ainda que “chegou a hora de a sociedade como um todo mudar o comportamento que vem tendo com a saúde do jovem brasileiro, criando, ainda que de forma paulatina, uma cultura de trazer ao consultório médico o adolescente masculino. Isso também afetará de uma maneira positiva a forma como o homem adulto se relacionará com o seu urologista no futuro, com menos preconceitos e mais naturalidade”.

Para disseminar as orientações foi desenvolvido um site sobre o tema dentro do Portal da Urologia: www.portaldaurologia.org.br/jovem. No espaço é possível obter esclarecimento sobre DSTs, drogas, prevenção à gravidez, ejaculação precoce, puberdade, atividade física etc. O espaço conta com textos e o apoio do psiquiatra e autor de livros para adolescentes Jairo Bouer e do professor de educação física e idealizador do quadro Medida Certa, Marcio Atalla.

No mês de setembro, médicos das diversas seções estaduais da SBU realizarão palestras de orientação em escolas, hospitais e em lugares frequentado por adolescentes. “Apesar de a SBU sempre ser defensora da saúde do homem em todas as suas faixas etárias, muitos associam a ida ao urologista apenas após os 50 anos devido aos exames da próstata. Mas o urologista está apto para tratamentos de problemas detectados desde o nascimento, como testículos ausentes da bolsa testicular, alterações na anatomia e função do trato urinário, passando por doenças que se apresentam tipicamente na adolescência, como a varicocele, até chegar ao homem adulto, em que se destacam tipicamente os problemas relacionados à próstata, especialmente após os 50 anos”, explica o presidente da SBU, Dr. Sebastião Westphal.

Entre as doenças urológicas mais comuns nessa faixa-etária estão a varicocele, o tumor no testículo, as doenças sexualmente transmissíveis nos jovens que já iniciaram a vida sexual e as inflamações na glande do pênis. O urologista poderá também esclarecer sobre as modificações do corpo inerentes a esta fase da vida, orientar sobre a prevenção da gravidez indesejada, assim como conversar sobre as dúvidas corriqueiras na adolescência, como a ejaculação precoce e o tamanho do pênis. “Há muitos produtos que o jovem usa na academia sem qualquer orientação médica e não sabe que no futuro isso poderá lhe causar infertilidade e até mesmo problemas na saúde em geral”, diz o coordenador da Campanha.

Dr. Zylbersztejn ressalta que nessa faixa etária ainda há vacinas a serem tomadas e muitos jovens desconhecem. São elas a do HPV e a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

 

Entenda os principais problemas:

Varicocele – é a dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Tumor no testículo – é o câncer mais comum em homens entre os 20 e 40 anos. O principal sintoma do câncer testicular é o aumento do volume da bolsa escrotal ou a palpação de um “caroço” no testículo. Os fatores de risco são história prévia de criptorquia (crianças que nascem sem que o testículo tenha “descido” para dentro da bolsa escrotal), principalmente quando a criptorquia não foi corrigida ou foi corrigida tardiamente (após os 2 anos). Outros fatores de risco incluem a história familiar de tumores no testículo e a exposição a alguns tipos de substâncias químicas. Hoje em dia mais de 95% dos tumores testiculares são curáveis. Mas é importante todo homem e todos os pais e mães de crianças do sexo masculino prestarem atenção a um eventual aumento do volume da bolsa escrotal. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a probabilidade de cura com tratamentos mais simples.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma doença sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Ejaculação precoce – segundo a Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM), é caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. No jovem, a causa costuma estar relacionada à ansiedade e à inexperiência do ato sexual. O tratamento é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual (podendo ser do tipo comportamental) e de farmacoterapia.

* Baseado em https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ de 20 de agosto de 2018.

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